quinta-feira, 3 de julho de 2014

Do outro lado do caminho...

Adoro conversar.
Falo sobre uma enorme variedade de assuntos.
Mais ou menos complexos, polémicos, profundos.
Com um ou vários amigos.
Mas existe uma única temática à qual sou relutante.
Pelo intenso desconhecido à sua volta, pelo medo, pavor até.
Existem coisas que marcam a nossa vida, desde muito cedo, e este tema é o Tema.

Falo de morte.
De perda.
Da dor que a perda alcança.
Como é difícil pensar o que acontece quando o corpo pára.
Mais do que nunca este assunto perturba-me.

Recentemente, vivi, junto com o meu núcleo familiar, uma perda injusta e abrupta.
É sempre injusta e abrupta quando se tem carinho e se gosta de alguém.

Além dessa perda, recentemente várias histórias de partidas precoces assombram-me.

Não sei lidar com a morte.
Instala-se o pânico em mim.
Tenho este grande desejo: poder acalmar e conseguir reflectir sobre este tema.
Acreditar que toda a energia que cada Ser possui não desaparece.
Que é tão forte o poder do nosso espírito, que tudo o que vivemos e passam a recordações, não desaparece apenas.

Se existe esse outro lado (como era bom ter uma certeza disso), que ele seja pacífico, acolhedor para a nossa alma.

Deparei-me com este texto que vos deixo.

Além de muito belo, é, para mim, um medicamento para os meus medos.
É, ainda, tudo o que eu diria (direi) quando um dia partir.



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